Duff

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by Kody Keplinger




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  "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando

  por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo

  nível."

  DUFF

  KODY KEPLINGER

  Tradução

  Fal Azevedo

  Copy right © 2010 by Kody Keplinger

  Copy right da tradução © 2015 by Editora Globo S.A.

  Todos os direitos reservados. Nenhum a parte desta edição pode ser apropriada e

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  Título original: The Duff Editora responsável Eugenia Ribas-Vieira Editora

  assistente Sarah Czapski Simoni Editor digital Erick Santos Cardoso Capa Renata

  Zucchini Im agem da capa: Ilya Zonov/Shutterstock Diagram ação Eduardo

  Amaral Proj eto gráfico original Laboratório Secreto Preparação Jane Pessoa

  Revisão Laila G uilherme e Vanessa C. Rodrigues Texto fixado conforme as

  regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo no-

  54, de 1995).

  CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

  SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

  K46d

  Keplinger, Kody

  Duff / Kody Keplinger ; tradução Fal Azevedo. - 1. ed. - São Paulo : Globo

  Livros, 2015.

  Tradução de: The Duff

  ISBN 978-85-250-6215-4

  1. Ficção j uvenil am ericana. I. Azevedo, Fal. II. Título.

  15-24415 CDD: 028.5

  CDU: 087.5

  1a- edição, 2016

  Direitos de edição em língua portuguesa

  para o Brasil adquiridos por Editora Globo S.A.

  Av. Nove de Julho, 5.229 — 01407-200 — São Paulo — SP — Brasil

  www.globolivros.com .br

  Sumário

  Capa

  Folha de rosto

  Créditos

  Dedicatória

  capítulo 1

  capítulo 2

  capítulo 3

  capítulo 4

  capítulo 5

  capítulo 6

  capítulo 7

  capítulo 8

  capítulo 9

  capítulo 10

  capítulo 11

  capítulo 12

  capítulo 13

  capítulo 14

  capítulo 15

  capítulo 16

  capítulo 17

  capítulo 18

  capítulo 19

  capítulo 20

  capítulo 21

  capítulo 22

  capítulo 23

  capítulo 24

  capítulo 25

  capítulo 26

  capítulo 27

  Agradecim entos

  Para Aja,

  cujo aniversário nos trouxe boa sorte

  capítulo 1

  Aquilo estava ficando chato.

  Mais um a vez, Casey e Jessica estavam fazendo papel de bobas, sacudindo o

  traseiro com o se estivessem dançando em um clipe de rap. Mas acho que os

  garotos adoram essa idiotice, não adoram ? Sinceram ente, dava para sentir m eu

  qi despencando enquanto m e perguntava, pela centésim a vez naquela noite, por

  que tinha perm itido que m inhas am igas m e arrastassem para esse lugar outra

  vez.

  Toda vez que vínham os ao Nest, era exatam ente a m esm a coisa. Casey e

  Jessica dançavam , flertavam , atraíam a atenção de todos os hom ens do lugar e

  acabavam sendo tiradas dali por sua m elhor am iga protetora — eu —, antes que

  algum daqueles cães excitados se aproveitasse delas. Enquanto esperava pelo fim

  previsível, eu m e acom odava no bar, tagarelando com Joe, o bartender de trinta

  anos, sobre “os problem as dos j ovens nos dias de hoj e”.

  Supus que Joe se ofenderia se eu dissesse que aquele m aldito lugar era um

  dos m aiores problem as. O Nest, que costum ava ser um bar de adultos, havia sido

  convertido, há três anos, em um clube noturno para adolescentes. O balcão de

  carvalho, m eio bam bo, tinha sido m antido, m as Joe servia apenas bebidas da

  Coca-Cola enquanto garotos e garotas dançavam na pista de dança ou escutavam

  bandas ao vivo. Eu odiava aquele lugar porque ele fazia m inhas am igas, que

  eram bem bacanas na m aior parte do tem po, agirem com o idiotas. Mas, em

  defesa delas, devo dizer que não eram as únicas. Metade dos alunos do ensino

  m édio da escola Ham ilton aparecia ali nos fins de sem ana, e ninguém deixava o

  Nest com a dignidade intacta.

  Sério, onde estava a graça nessa história toda? Dançar a m esm a batida

  techno um a sem ana depois da outra? Claro! Talvez, quem sabe, eu esbarre

  naquele j ogador de futebol am ericano suado e m eio tarado. E talvez tenham os

  discussões significativas sobre política e filosofia enquanto nos esfregam os na

  pista de dança. Eca. É, até parece.

  Casey despencou no banco do m eu lado.

  — Você devia vir dançar, B! — disse ela, sem fôlego pela sua agitação. — É

  tão divertido!

  — Ah, deve ser m esm o — m urm urei.

  — Ai m eu Deus! — Jessica ocupou a banqueta do m eu outro lado, seu rabo

  de cavalo loiro balançando contra seus om bros. — Vocês viram aquilo? Vocês

  viram mesmo aquilo? Harrison Carly le está dando em cim a de m im ! Vocês

  viram? Ai. Meu. Deus.

  Casey fez um a careta.

  — Harrison perguntou onde você com prou as suas sandálias, Jess. Ele é

  com pletam ente gay.

  — Harrison é lindo dem ais pra ser gay.

  Casey fingiu que não ouviu, m exendo o dedo atrás da orelha com o se fizesse

  cachinhos no cabelo. Era um hábito que tinha desde antes de adotar seu corte

  atual, bem curtinho.

  — B, você devia dançar. Trouxem os você aqui pra passar um tem po com

  você… Não que o Joe não sej a divertido — ela piscou para o bartender,

  provavelm ente esperando conseguir algum as bebidas de graça —, m as som os

  suas am igas. Você devia m esm o vir dançar. Né, Jess?

  — Ah, é, claro, claro… — concordou Jessica, ainda de olho em Harrison

  Carly le, sentado do outro lado do bar. Ela fez um a pausa e se virou na nossa

  direção. — Espera aí… O quê? Eu não estava prestando atenção.

  — Você parece tão entediada, B. Quero que tam bém se divirta.

  — Estou bem �
�� m enti. — E estou m e divertindo. Vocês sabem que eu não

  sei dançar. Só vou atrapalhar. Vão… Podem ir, façam um as coreografias

  engraçadas, sei lá. Vou ficar bem , aqui.

  Casey estreitou os olhos cor de avelã na m inha direção.

  — Tem certeza? — perguntou.

  — Claro que sim .

  Ela franziu a testa, m as depois de um instante deu de om bros e puxou Jessica

  pela m ão, rebocando-a até a pista de dança.

  — Ei, pelo am or de Deus! — reclam ou Jessica. — Vá m ais devagar, Case!

  Você vai arrancar m eu braço! — Então, anim adas, abriram cam inho até o

  centro da pista, sincronizando sua dança com a batida techno.

  — Por que você não contou a elas que está triste? — perguntou Joe,

  em purrando um copo de Coca Light na m inha direção.

  — Eu não estou triste.

  — Você é um a péssim a m entirosa — respondeu ele, antes que um grupo de

  calouros com eçasse a pedir bebidas, fazendo baderna na outra ponta do balcão.

  Dei um gole na m inha Coca-Cola, de olho no relógio pendurado na parede

  do bar. O ponteiro de segundos parecia estar paralisado, o que m e fez rezar para

  que aquela coisa m aldita estivesse quebrada ou algo assim . Não pediria a Casey

  e Jessica para sairm os dali antes das onze da noite. Qualquer horário m ais cedo, e

  eu seria considerada um a estraga-prazeres. Mas de acordo com o relógio não

  eram nem nove horas, e eu j á podia sentir um a enxaqueca se instalando,

  alim entada pela m úsica techno e pela luz estroboscópica. Trabalhe, ponteiro dos

  segundos! Ande com isso!

  — E aí?

  Fiz um a careta e m e virei para encarar o intruso inoportuno. Isso acontecia,

  às vezes. Algum garoto, quase sem pre chapado ou suado e noj ento, vinha se

  acom odar do m eu lado e tentava, desaj eitado, puxar conversa. Isso sem pre

  deixava claro que o suj eito não tinha herdado o gene da observação, porque m eu

  rosto e m inha linguagem corporal deixavam claro que eu não estava a fim de

  gracinhas com m enino algum .

  Mas, por incrível que pareça, o garoto sentado ao m eu lado não cheirava a

  m aconha ou suor. Na verdade, o que farej ei no ar poderia até ser loção pós-

  barba. Acontece que m inha birra só fez aum entar quando m e dei conta de quem

  era o dono da loção pós-barba. Eu preferia que fosse um m aconheiro chapado.

  Wesley. Babaca. Rush.

  — O que você quer? — perguntei, sem m e preocupar em ser educada.

  — Com o você é am igável — disse Wesley, cheio de ironia. — Na verdade,

  vim bater um papo com você.

  — Bem , então você tem um problem a. Não estou conversando com as

  pessoas esta noite. — Dei um gole ruidoso no m eu refrigerante, esperando que

  ele captasse a dica-não-tão-sutil e sum isse da m inha frente. Não tive essa sorte.

  Ainda podia sentir seu olhar cinza-escuro percorrendo m eu corpo. Ele podia pelo

  m enos fingir estar m e olhando nos olhos, não podia? Credo!

  — Fala sério — Wesley m e provocou. — Não precisa ser tão fria com igo.

  — Me deixe em paz — sibilei, trincando os dentes. — Vá tentar esse

  teatrinho barato com algum a vagabunda com baixa autoestim a, porque eu não

  caio nessa.

  — Ah, não estou interessado em vagabundas — afirm ou ele. — Esse não é

  m eu tipo.

  Eu ri.

  — Qualquer garota que lhe diga as horas, Wesley, é definitivam ente um a

  vagabunda. Nenhum a pessoa com bom gosto, classe ou dignidade acharia você,

  de fato, atraente.

  Tudo bem . Isso foi um a m entirinha.

  Wesley Rush era o riquinho pegador m ais repugnante a m anchar a

  reputação da escola Ham ilton… Mas ele era m eio que um gato. Talvez se você

  conseguisse obrigá-lo a calar a boca… e se lhe cortasse as m ãos… talvez, e só

  talvez, ele pudesse se tornar tolerável. Caso contrário, ele era um m erda. Um

  babaca cheio de tesão.

  — E você, suponho, tem gosto, classe e dignidade, né? — perguntou ele

  sorrindo.

  — Isso m esm o.

  — Que pena.

  — Você está tentando m e passar um a cantada? — perguntei. — Porque se

  está, falhou. Miseravelm ente.

  Ele riu.

  — Minhas cantadas nunca falham . — Ele correu os dedos pelo cabelo

  escuro, encaracolado, e aum entou seu sorrisinho falso e arrogante. — Só estou

  sendo am igável. Tentando estabelecer um a conversa gentil.

  — Desculpe. Não estou interessada. — Dei as costas e tom ei outro gole da

  m inha Coca Light. Mas ele não se m exeu. Nem um centím etro sequer. — Você

  pode ir agora — falei com firm eza.

  Wesley soltou um suspiro.

  — Tudo bem . Você está sendo m esm o m uito pouco gentil, sabe? Então

  acredito que devo ser honesto com você. Você é m ais inteligente e m ais

  obstinada que a m aior parte das garotas com quem converso. Mas estou aqui por

  um pouco m ais que um a conversa sagaz. — Wesley voltou sua atenção para a

  pista de dança. — Eu, na verdade, preciso da sua aj uda. Olha, suas am igas são

  gatas. E você, querida, é um a Duff.

  — E isso significa algum a coisa?

  — Um a sigla em inglês para Designated Ugly Fat Friend, ou sej a, a am iga

  feia e gorda — explicou ele. — Sem querer ofender, é isso que você é.

  — Eu não sou um a…!

  — Ei, não fique na defensiva. Não que você sej a um a ogra ou coisa assim ,

  m as com parada a elas… — Ele encolheu os om bros largos. — Pense no

  seguinte: por que suas am igas insistem em trazê-la se você não dança? — Wesley

  teve a cara de pau de se aproxim ar de m im e dar um tapinha no m eu j oelho,

  com o se estivesse m e consolando. Eu m e afastei, e ele ergueu a m ão para tirar

  alguns cachos do rosto. — Olha só — recom eçou —, você tem am igas lindas…

  Am igas muito lindas. — Wesley fez um a pausa, desviando o olhar para a pista de

  dança por um instante, antes de m e encarar m ais um a vez. — O lance é que os

  cientistas j á provaram que todo grupo de m eninas tem um ponto fraco, a Duff. E

  garotas bonitas tendem a se dar bem com garotos que se enturm am com as suas

  Duffs.

  — E agora todos os drogados estão autorizados a cham ar a si m esm os de

  cientistas? Isso é novidade pra m im .

  — Não sej a rancorosa — disse ele. — Só estou dizendo que garotas bonitas,

  com o suas am igas, acham inspirador quando os garotos m ostram algum a

  sensibilidade e são gentis com a Duff. Então, conversando com você, eu duplico

  m inhas chances de conseguir transar esta noite. Por favor, colabore. Converse

  um pouquinho com igo e finj a estar se divertindo.

  Eu o encarei, boquiaberta, por alguns instantes. A beleza era m esm o um a

  coisa superficial. Wesley Rush até podia ter o corpo de um deus grego, m as sua

  alm a era tão som bria e vazia com o o m eu arm ário. Que babaca!

  Com um m ovim ento ligeiro, fiquei de pé e j oguei o que restava da m inha

  bebida na direção de Wesley. O j ato de Coca Light o atingiu, m anchando sua

  cam iseta polo branca que parecia cara. Respingos do líquido escuro salpicavam

  seu rosto e m anchavam seu cabelo castanho. Seu rosto brilhava de ódio, e ele
r />   trincava os dentes.

  — Ei! Por que você fez isso? — gritou Wesley, lim pando o rosto com a m ão.

  — O que você acha? — gritei de volta com os punhos fechados.

  — Sinceram ente, Duff, não tenho a m ínim a ideia.

  A raiva fez m eu rosto ficar verm elho.

  — Se você pensa que vou deixar algum a am iga m inha sair deste lugar com

  você, Wesley, você está m uito, m uito enganado — afirm ei. — Você é um

  pegador noj ento, babaca, e eu espero que m inha Coca-Cola tenha estragado sua

  cam isa polo de riquinho. — Antes de m e afastar, olhei por cim a do m eu om bro e

  acrescentei: — E m eu nom e não é Duff. É Bianca. Estam os na m esm a turm a

  desde o ensino fundam ental, seu idiota presunçoso.

  Nunca pensei que eu fosse dizer isso, m as graças a Deus a m aldita m úsica

  techno tocava alto pra caram ba. Ninguém , com exceção de Joe, testem unhou

  m eu pequeno chilique, e ele provavelm ente achou a coisa toda engraçadíssim a.

  Precisei em purrar um m onte de gente para avançar na pista de dança lotada até

  alcançar m inhas am igas. Ao encontrá-las, agarrei Casey e Jessica pelos braços,

  puxando-as em direção à saída.

  — Ei! — reclam ou Jessica.

  — O que foi? — perguntou Casey.

  — Estam os indo em bora deste lugar — respondi, arrastando seus corpos

  relutantes com igo. — Explico tudo no carro. Mas não aguento ficar neste buraco

  infernal nem m ais um segundo.

  — Eu não posso nem m e despedir do Harrison? — resm ungou Jessica,

  tentando livrar o braço.

  — Jessica! — Dei um m au j eito no pescoço quando m e virei para olhá-la.

  — Ele é gay! Você não tem a m ínim a chance, desista logo dessa história. Eu

  preciso mesmo sair daqui. Por favor.

  Eu as arrastei por todo o estacionam ento, onde o ar gelado de j aneiro

  parecia congelar a pele de nossos rostos. Cedendo, Casey e Jessica se j untaram a

  m im . Devem ter achado suas roupas, que pretendiam ser sexy, insuficientes para

  protegê-las do frio. Cam inham os j untas até m eu carro, só nos separam os quando

  alcançam os o para-choque dianteiro. Acionei o botão de destravar no m eu

  chaveiro para que pudéssem os entrar sem dem ora no Golf, que com eçava a

  ficar aquecido.

  Casey aconchegou-se no banco do passageiro e perguntou, batendo os

 

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