O Grande Gatsby (Penguin)

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O Grande Gatsby (Penguin) Page 7

by F. Scott Fitzgerald


  O único objeto completamente imóvel na sala era um enorme sofá no qual duas moças pairavam, feito passageiras num balão ancorado. Ambas estavam de branco e seus vestidos ondulavam e farfalhavam, como se elas tivessem acabado de aterrissar após um breve voo pela casa. Fiquei parado por uns instantes, ouvindo o açoitar e estalar das cortinas e o rangido de um quadro na parede. Então houve um estrondo quando Tom Buchanan fechou as janelas de trás e a corrente de vento se dispersou pela sala, e as cortinas, os tapetes e as duas moças baixaram lentamente de volta ao chão.

  Eu não conhecia a mais nova. Ela estava esparramada numa ponta do sofá, completamente imóvel e com o queixo um pouco erguido, como se equilibrasse alguma coisa prestes a cair. Se me viu com o canto dos olhos, não deu sinal disso — com efeito, quase me peguei balbuciando um pedido de desculpas por tê-la perturbado com a minha chegada.

  A outra moça, Daisy, fez menção de se levantar — ela reclinou-se de leve com uma expressão cuidadosa — e então deu risada, uma risadinha charmosa, e eu ri também e cruzei a sala.

  — Estou p-paralisada de alegria.

  Ela riu de novo, como se tivesse dito algo espirituoso, e tomou a minha mão por um instante, olhando-me nos olhos e garantindo que não havia outra pessoa no mundo que ela preferisse encontrar. Era um jeito dela. Daisy me soprou, aos sussurros, que o sobrenome da garota equilibrista era Baker. (Ouvi dizer que os sussurros de Daisy serviam para fazer os homens se aproximarem mais; uma crítica irrelevante que não reduz o charme do gesto.)

  Em todo caso, os lábios da srta. Baker hesitaram e ela me dirigiu um aceno quase imperceptível com a cabeça, mas logo tornou a incliná-la — o objeto que equilibrava havia obviamente cambaleado, causando-lhe um sobressalto. De novo, um pedido de desculpas surgiu em meus lábios. Quase todas as demonstrações de autossuficiência suscitavam em mim uma genuína admiração.

  Tornei a olhar para a minha prima, que passou a me fazer perguntas em voz baixa e emocionada. Era o tipo de voz que os ouvidos acompanham minuciosamente, como se cada frase fosse um arranjo de notas que nunca mais seria repetido. Seu rosto era triste e amável com alguns pontos brilhantes, os olhos vivos e uma boca apaixonada, mas havia um arrebatamento em sua voz que seus pretendentes jamais esqueciam: uma compulsão melódica, um “ouça” sussurrado, e a garantia de haver feito coisas divertidas e empolgantes até um minuto antes, e de que haveria coisas divertidas e empolgantes se anunciando na próxima hora.

  Contei que havia passado por Chicago no meu caminho para o Leste, e que uma porção de gente lhe mandara lembranças.

  — Eles sentem a minha falta? — ela indagou, extasiada.

  — A cidade inteira está desolada. Como sinal de luto, todos pintaram as rodas dos automóveis de preto, e há um gemido constante que dura a noite inteira na margem norte.

  — Que beleza! Vamos voltar, Tom. Amanhã! — Então ela acrescentou com displicência: — Você precisa ver a minha filha.

  — Eu gostaria muito.

  — Ela está dormindo. Tem três anos. Você já chegou a vê-la?

  — Nunca.

  — Bem, você precisa vê-la. Ela…

  Tom Buchanan, que até então perambulava impacientemente pela sala, parou e pôs a mão no meu ombro.

  — Como estão as coisas, Nick?

  — Virei corretor de ações.

  — Trabalha para quem?

  Eu lhe disse.

  — Nunca ouvi falar — ele comentou, decidido.

  Aquilo me irritou.

  — Pois vai ouvir — respondi sucintamente. — Irá, se ficar aqui no Leste.

  — Ah, vou ficar por aqui, não se preocupe — ele disse, olhando para Daisy e então de volta para mim, como se estivesse preocupado com algo mais. — Eu seria um imbecil se quisesse ir para outro lugar.

  Naquele momento, a srta. Baker exclamou “Absolutamente!” de um jeito tão abrupto que tive um sobressalto — era a primeira palavra que ela dizia desde a minha chegada. Aquilo obviamente a surpreendeu tanto quanto a mim, pois ela bocejou e, numa série de movimentos ligeiros e hábeis, ergueu-se do sofá.

  — Estou quebrada — ela reclamou —, passei tanto tempo deitada neste sofá que nem me lembro mais.

  — Não olhe para mim — replicou Daisy —, passei a tarde toda tentando convencê-la a ir até Nova York.

  — Não, obrigada — disse a srta. Baker aos coquetéis que acabavam de chegar da copa. — Estou em treinamento absoluto.

  O anfitrião olhou para ela de um jeito incrédulo.

  — Está mesmo! — Ele tomou sua bebida como se sorvesse uma gota no fundo do copo. — Não entendo como é que você consegue ganhar qualquer coisa.

  Olhei para a srta. Baker, tentando adivinhar o que ela “conseguia ganhar”. Eu gostava de observá-la. Era uma garota esguia e de seios pequenos, com um porte ereto, que ela acentuava lançando o corpo e os ombros para trás como um jovem cadete do Exército. Seus olhos acinzentados, semicerrados pela claridade, me olharam de volta com uma educada curiosidade recíproca, revelando um rosto cansado, charmoso e amargurado. Naquele momento, ocorreu-me que já tinha visto aquela moça em algum lugar, ou uma foto dela.

  — Você mora em West Egg — ela observou com desdém. — Conheço um sujeito de lá.

  — Eu não conheço absolutamente ning…

  — Deve conhecer Gatsby.

  — Gatsby? — perguntou Daisy. — Que Gatsby?

  Antes que eu pudesse informar que Gatsby era meu vizinho, o jantar foi anunciado; tomando autoritariamente meu braço, Tom Buchanan me impeliu através da sala como se movesse uma peça de xadrez pelo tabuleiro.

  De forma delicada e lânguida, as mãos pousadas com leveza na cintura, as duas moças nos conduziram até um pórtico rosado, de frente para o pôr do sol, onde quatro velas tremeluziam na mesa, ao sabor de um vento mais brando.

  — Por que velas? — objetou Daisy, franzindo a testa. Ela abafou as chamas com os dedos. — Daqui a duas semanas será o dia mais longo do ano. — Ela olhou para nós de forma radiante. — Vocês também costumam esperar o dia mais longo do ano e, quando ele chega, acabam esquecendo? Eu costumo esperar o dia mais longo do ano e, quando ele chega, acabo esquecendo.

  — Temos que planejar alguma coisa — bocejou a srta. Baker, sentando-se à mesa como se estivesse indo dormir.

  — Certo — disse Daisy. — O que podemos planejar? — Ela se virou para mim, desamparada: — O que as pessoas costumam planejar?

  Antes que eu tivesse chance de responder, os olhos de Daisy se estreitaram, com assombro, em direção ao seu dedo mindinho.

  — Olhem! — ela lamentou. — Está machucado.

  Todos nós olhamos — a articulação estava preta e azulada.

  — É culpa sua, Tom — ela disse, acusatória. — Sei que não foi de propósito, mas é culpa sua. É o que eu ganho ao me casar com um grosseirão, com um belo espécime de brutamontes que…

  — Odeio a palavra “brutamontes” — objetou Tom, irritado —, mesmo de brincadeira.

  — Brutamontes — insistiu Daisy.

  Às vezes ela e a srta. Baker falavam ao mesmo tempo, discretamente e com uma displicência tão divertida que jamais chegava a redundar em tagarelice, mas era tão blasées quanto seus vestidos brancos e a impessoalidade de seus olhos, desprovidos de qualquer desejo. Elas estavam lá e aceitavam a mim e a Tom, fazendo um pequeno esforço educado para entreter ou ser entretidas. Sabiam que o jantar logo acabaria e que, mais tarde, a noite também acabaria e seria naturalmente descartada. Era o contrário do que ocorria no Oeste, onde a noite era apressada em todas as suas fases, rumo ao final, numa contínua e decepcionante expectativa ou num pavor absoluto do momento em si.

  — Você me faz sentir pré-histórico, Daisy — confessei, na minha segunda taça de um vinho com certo gosto de cortiça, mas um tanto impressionante. — Você não pode falar de colheitas ou algo assim?

  Não quis dizer nada de específico com esse comentário, que, entretanto, foi acolhido de forma inesperada.

  — A civilização está desabando — irrompeu Tom b
rutalmente. — Ando muito pessimista com as coisas. Você já leu A ascensão dos impérios de cor, de um tal de Goddard?4

  — Não, por quê? — respondi, um tanto surpreso com seu tom de voz.

  — Bem, é um ótimo livro e todos deveriam lê-lo. A ideia é que, se não tomarmos cuidado, a raça branca será… bem, completamente aniquilada. É tudo científico e provado.

  — Tom está ficando profundo — disse Daisy, com uma expressão irrefletidamente triste. — Ele lê livros difíceis com palavras longas. Qual era mesmo aquela palavra que…

  — Bem, esses livros são todos científicos — insistiu Tom, lançando-lhe um olhar impaciente. — Esse cara acertou na mosca. Nós, que somos a raça dominante, não podemos nos descuidar, senão as outras raças tomarão o controle.

  — Temos que acabar com eles — murmurou Daisy, piscando ostensivamente para o sol tórrido.

  — Você devia ir morar na Califórnia — começou a srta. Baker, mas Tom a interrompeu, revolvendo-se pesadamente na cadeira.

  — A ideia é que nós somos nórdicos. Eu, você, ela e… — após uma pequena hesitação, incluiu Daisy com um aceno, e ela tornou a piscar para mim. — Nós produzimos todas as coisas necessárias para a civilização: arte, ciência e tudo o mais. Entendeu?

  Havia algo de patético na seriedade de Tom, como se sua presunção, hoje mais intensa do que antes, já não lhe bastasse. Quase imediatamente, o telefone tocou lá dentro e o mordomo foi atender, de modo que Daisy aproveitou a interrupção momentânea e debruçou-se em minha direção.

  — Vou te contar um segredo da família — ela sussurrou, entusiasmada. — É sobre o nariz do mordomo. Você quer saber sobre o nariz do mordomo?

  — É por isso que vim até aqui hoje.

  — Bem, ele não foi mordomo a vida inteira; trabalhava como polidor de prataria para uma família de Nova York, que tinha um jogo de louças para duzentos convidados. Ele lustrava a louça de manhã à noite, até que por fim o cheiro começou a prejudicar seu nariz…

  — As coisas foram de mal a pior — lembrou a srta. Baker.

  — Isso. As coisas foram de mal a pior, até que, no final, ele teve que deixar o trabalho.

  Por um momento, o último raio de sol caiu afetuosamente sobre seu rosto radiante; a voz de Daisy me forçava a inclinar o corpo para a frente, ofegante — então o brilho foi se desvanecendo e cada raio se retirou de seu rosto com reticente pesar, feito crianças deixando uma rua alegre ao anoitecer.

  O mordomo veio e sussurrou algo ao ouvido de Tom, ao que ele franziu a testa, afastou a cadeira e, sem uma palavra, foi para dentro. Aparentemente encorajada pela ausência do marido, Daisy tornou a debruçar-se, a voz melodiosa e inflamada.

  — Adoro ter você à minha mesa, Nick. Você me lembra um… me lembra uma rosa, uma rosa absoluta. Não é? — Ela se voltou para a srta. Baker, em busca de confirmação: — Uma rosa absoluta, não é?

  Aquilo não era verdade. Eu não pareço nem remotamente uma rosa. Ela estava apenas improvisando, mas havia um calor comovente em sua voz, como se seu coração estivesse tentando mostrar-se por trás daquelas palavras emotivas e ofegantes. Então ela jogou o guardanapo na mesa, pediu licença e foi para dentro.

  A srta. Baker e eu trocamos um breve olhar conscientemente desprovido de significado. Eu estava prestes a fazer um comentário quando ela se aprumou, alerta, e disse “psiu!” numa voz alarmada. Ouvimos um murmúrio abafado e inflamado vindo de dentro, e a srta. Baker inclinou-se sem o menor pudor para escutar melhor. O sussurro por vezes se elevava à beira da compreensão, afundava, tornava a subir com entusiasmo e então morria de todo.

  — Esse senhor Gatsby de quem você falou é meu vizinho — arrisquei.

  — Não fale. Estou tentando saber o que está acontecendo.

  — Tem alguma coisa acontecendo? — perguntei, ingênuo.

  — Então você não sabe? — disse a srta. Baker, verdadeiramente surpresa. — Achei que todo mundo soubesse.

  — Não, eu não sei.

  — Ora — ela disse, hesitante. — Tom arrumou uma namorada em Nova York.

  — Uma namorada? — eu repeti, impassível.

  A srta. Baker assentiu.

  — Ela podia ao menos ter a decência de não telefonar na hora do jantar. Não acha?

  Sem que eu houvesse atinado com a situação, ouvi o farfalhar de um vestido e o rangido de botas de couro, e Tom e Daisy estavam de volta à mesa.

  — Não pude evitar! — exclamou Daisy, com uma alegria nervosa.

  Ela sentou, procurou a srta. Baker com o olhar e então se virou para mim e prosseguiu:

  — Dei uma olhada lá fora e tudo estava bastante romântico. Havia um pássaro no gramado que me parecia ser uma espécie de rouxinol trazida pelo Cunard ou pela White Star Line.d Ele estava cantando. — Ela cantarolou: — É muito romântico, não é, Tom?

  — Muito — ele disse, e então olhou miseravelmente para mim. — Se o dia ainda estiver claro após o jantar, gostaria de levá-lo até o estábulo.

  O telefone tocou lá dentro, espasmódico, e quando Daisy balançou a cabeça incisivamente em direção ao marido, então o assunto do estábulo, na verdade todos os outros assuntos, desvaneceu no ar. Entre os fragmentos esparsos dos últimos cinco minutos à mesa, lembro-me de terem acendido de novo as velas, sem motivo, e da sensação de querer olhar diretamente para todo mundo, e ainda assim evitar todos os olhares. Não podia imaginar o que se passava na cabeça de Tom e Daisy, mas creio que nem mesmo a srta. Baker, que parecia haver dominado e desenvolvido um firme ceticismo, era capaz de ignorar a urgência metálica e estridente daquele quinto convidado. Para pessoas de certo temperamento, a situação podia ser intrigante — quanto a mim, a vontade que eu tinha era de chamar a polícia.

  Os cavalos, inútil dizer, não foram mais mencionados. Com alguns metros de crepúsculo entre si, Tom e a srta. Baker vagaram de volta à biblioteca, como se rumassem ao velório de um cadáver perfeitamente tangível, enquanto eu, tentando parecer agradável e um pouco surdo, segui Daisy através de uma série de alpendres interconectados que levavam ao pórtico da frente. Em meio a uma densa penumbra, sentamos lado a lado num pequeno canapé de vime.

  Daisy levou as mãos ao rosto como se estivesse tateando seu formato gracioso, e aos poucos seu olhar se perdeu no pôr do sol aveludado. Ao perceber que ela estava sendo tomada por um turbilhão de emoções, fiz o que julguei serem perguntas amenas sobre sua filha.

  — Não nos conhecemos muito bem, Nick — ela admitiu de repente. — Mesmo sendo primos. Você não foi ao meu casamento.

  — Eu ainda não tinha voltado da guerra.

  — É mesmo. — Ela hesitou. — Bem, Nick, eu passei por um período difícil e fiquei bastante descrente a respeito de tudo.

  É claro que Daisy tinha razão para tanto. Esperei, mas ela não disse mais nada, e depois de um instante retornei debilmente ao assunto da filha.

  — Suponho que ela fala, come e tudo o mais.

  — Ah, sim. — Ela me lançou um olhar distante. — Ouça, Nick, deixe-me contar o que eu falei no dia em que ela nasceu. Quer ouvir?

  — Muito.

  — Você verá como acabei me sentindo em relação às coisas. Bem, não fazia nem uma hora que ela tinha nascido e Tom estava sabe Deus onde. Acordei do éter com um sentimento de completo abandono e perguntei à enfermeira se era menino ou menina. Ela me disse que era menina, e então eu virei a cabeça e chorei. Certo — eu disse — que bom que é uma menina. Espero que ela seja uma grande tonta: é o melhor que uma garota pode ser neste mundo, uma belíssima tonta.

  — Veja só como eu tenho uma visão horrível das coisas — ela prosseguiu, decidida. — Todo mundo sente isso, pelo menos os mais liberais. E eu sei. Já estive por toda parte, já vi e fiz de tudo. Seus olhos brilharam de forma desafiadora, lembrando um pouco os de Tom, e ela riu com um notável desprezo. — Sofisticada. Deus, como eu sou sofisticada!

  No instante em que sua voz se deteve, deixando de atrair minha atenção e minha confiança, entendi a absoluta falta de sinceridade daquilo q
ue ela acabara de dizer. Aquilo me perturbou, como se toda aquela noite tivesse sido uma espécie de truque para extrair uma emoção específica de mim. Esperei e, como previsto, ela me olhou com um sorriso verdadeiramente afetado em seu rosto amável, como se admitisse sua afiliação a uma espécie de irmandade secreta muito distinta, à qual ela e Tom pertenciam.

  Lá dentro, a sala vermelha parecia explodir de luz. Tom e a srta. Baker estavam sentados um em cada ponta do enorme sofá e ela lia em voz alta o Saturday Evening Post — as palavras, sussurrantes e monocórdias, corriam feito uma canção de ninar. A luz do lampião, intensa sobre as botas de Tom e difusa no loiro desbotado dos cabelos da srta. Baker, tremeluzia sobre o jornal, enquanto ela virava as páginas com um meneio discreto do braço.

  Antes que entrássemos, ela nos deteve por um segundo com a mão erguida.

  — Continua — ela disse, jogando a revista em cima da mesa — em nossa próxima edição.

  Esticando o joelho com impaciência, ela firmou o corpo e se pôs de pé.

  — Dez horas — observou, aparentemente vendo as horas no teto. — Hora em que as meninas comportadas vão para a cama.

  — Jordan tem uma partida do campeonato amanhã — explicou Daisy —, lá em Westchester.5

  — Ah! Você é Jordan Baker.6

  Foi quando descobri por que seu rosto me era familiar — aquela expressão altiva e encantadora já tinha me encarado a partir de inúmeras rotogravuras da vida esportiva em Asheville, Hot Springs e Palm Beach.7 Também me lembrava de ter ouvido alguma fofoca sobre ela, um boato grave e desagradável, mas esqueci absolutamente o que era.

  — Boa noite — ela disse com doçura. — Me acorde às oito, por favor?

  — Só se você se levantar.

  — Vou, sim. Boa noite, senhor Carraway. Espero vê-lo em breve.

  — É claro que vai — garantiu Daisy. — Na verdade, acho que vou arranjar um casamento. Venha mais vezes, Nick, e eu poderei, quem sabe, fisgá-los direitinho. Sabe como é, trancá-los sem querer no armário dos lençóis, empurrá-los num bote rumo ao alto-mar, esse tipo de coisa…

 

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