Duff

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Duff Page 8

by Kody Keplinger


  pequeno, passageiro, desapareceu. Agindo por instinto, puxei o lábio inferior de

  Wesley com os dentes, e ele gem eu em um ruído. Suas m ãos percorreram

  m inhas costas, enviando arrepios para m inha coluna. Prazer. Puro e intenso

  prazer.

  Apenas um a vez, quando Wesley m e deitou de costas, pensei seriam ente em

  parar. Ele olhou para m im , e sua m ão habilidosa segurou o zíper da m inha calça

  j eans. Minha m ente adorm ecida agitou-se, e eu m e perguntei se as coisas não

  tinham ido longe dem ais. Pensei em afastá-lo, em parar ali onde estávam os. Mas

  por que pararia agora? O que eu tinha a perder? E o que podia ganhar? Com o m e

  sentiria a respeito disso daqui a um a hora… ou m ais cedo?

  Antes que eu pudesse pensar em algum a resposta, Wesley tirou m inha calça

  e m inha calcinha. Sacou um a cam isinha do bolso (certo, agora que estou

  pensando nisso, quem é que guarda cam isinhas no bolso? Na carteira, perfeito,

  m as no bolso? Muito presunçoso, não acham ?), e logo sua calça estava no chão

  tam bém . E, de repente, estávam os transando, e m eus pensam entos estavam

  calados de novo.

  capítulo 8

  Eu tinha apenas catorze anos quando perdi a virgindade com Jake Gaither. Ele

  tinha acabado de fazer dezoito, e eu sabia perfeitam ente que era velho dem ais

  para m im . Mesm o assim , era um a caloura no ensino m édio, e só queria um

  nam orado. Queria que gostassem de m im e queria m e integrar, e Jake era um

  veterano com carro. Na época, eu considerava isso a perfeição.

  Nos três m eses que ficam os j untos, Jake nunca m e levou para um encontro

  rom ântico de verdade. Um a ou duas vezes, nam oram os no fundo de um a sala de

  cinem a escura, m as nunca fom os j antar, ou j ogar boliche, nem nada disso.

  Passávam os a m aior parte do tem po nos esgueirando, de m odo que nossos pais e

  a irm ã dele, que depois veio a ser um a das m inhas m elhores am igas, não

  descobrissem nada sobre a gente. Eu, na verdade, achava essa parte do segredo

  divertida e sexy. Era com o um rom ance proibido — com o Romeu e Julieta, que

  eu tinha lido na aula de inglês naquele sem estre.

  Fom os para a cam a várias vezes, e, em bora eu não gostasse de fato do sexo

  em si, a sensação de proxim idade, de conexão, era reconfortante para m im .

  Quando Jake m e tocava daquele j eito, eu sabia que ele m e am ava. Sabia que

  sexo era algo bonito e apaixonado, e parecia certo que fosse com ele.

  Ir para a cam a com Wesley Rush era totalm ente diferente. Apesar de eu

  com certeza ter sentido m ais prazer físico, a proxim idade e o am or não estavam

  lá. Quando acabou, m e senti suj a. Com o se tivesse feito algo errado e

  vergonhoso, m as ao m esm o tem po havia um a sensação boa. Viva. Livre.

  Selvagem . Minha m ente estava totalm ente lim pa, com o se alguém tivesse

  apertado o botão de reiniciar. Eu sabia que a euforia não duraria para sem pre,

  contudo o pesar incôm odo valia pela fuga m om entânea.

  — Uau! — exclam ou Wesley. Estávam os deitados em sua cam a, apenas

  alguns m inutos depois de ter acabado, com um a distância de m ais de m eio m etro

  entre nossos corpos. — Eu definitivam ente não estava esperando isso.

  Meu Deus, ele estragava tudo quando falava. Irritada, e ainda tentando lidar

  com as repercussões em ocionais, dei um a risadinha irônica.

  — O que foi? Está com vergonha de ter transado com um a Duff?

  — Não. — Fiquei surpresa com o tom sério da voz dele. — Nunca tenho

  vergonha de ninguém com quem vou pra cam a. O sexo é um a reação quím ica

  natural. Sem pre acontece por algum m otivo. Quem sou eu pra decidir quem vai

  experim entar as delícias de com partilhar a m inha cam a? — Ele não m e viu

  revirar os olhos e continuou: — Não, eu só queria dizer que estou chocado. Estava

  sinceram ente com eçando a acreditar que você m e detestava.

  — Eu detesto você m esm o! — garanti, chutando as cobertas e indo pegar

  m inhas roupas.

  — Você não deve m e detestar tanto assim — disse Wesley, apoiando-se no

  cotovelo e m e observando enquanto m e vestia. — Você praticam ente se j ogou

  em cim a de m im . Em geral, o ódio não inspira esse tipo de paixão.

  Vesti a cam iseta.

  — Acredite em m im , Wesley, eu definitivam ente detesto você. Estava

  apenas te usando. Você usa as pessoas o tem po todo, então tenho certeza que

  entende. — Abotoei m eu j eans e peguei m inha presilha de cabelo na m esinha de

  cabeceira. — Foi divertido, m as se contar a alguém , j uro que castro você. Está

  claro?

  — Por quê? — perguntou ele. — Sua reputação só pode m elhorar se as

  pessoas descobrirem que você foi pra cam a com igo.

  — Isso até pode ser verdade — adm iti. — Mas não tenho nenhum desej o de

  m elhorar m inha reputação, sobretudo desse j eito. Então, você vai ficar de boca

  calada ou eu preciso encontrar um obj eto afiado agora?

  — Um cavalheiro não conta essas coisas.

  — Você não é um cavalheiro. — Prendi m eu cabelo de novo. — É por isso

  que estou preocupada. — Olhei o m eu reflexo no espelho de corpo inteiro

  pendurado na parede. Quando fiquei segura de que parecia norm al, e não

  culpada, virei-m e para encarar Wesley novam ente.

  — Vam os, vista a calça. Precisam os acabar essa droga de trabalho.

  Passava um pouco das sete da noite quando Wesley e eu finalm ente acabam os o

  trabalho de inglês. Ou pelo m enos acabam os o rascunho. Fiz ele m e prom eter

  que m e m andaria por e-m ail a versão inicial m ais tarde, para que eu pudesse

  editá-la.

  — Você não confia em m im para fazer isso? — perguntou ele, erguendo

  um a sobrancelha enquanto eu calçava os sapatos no saguão.

  — Não confio em você pra nada — respondi.

  — Exceto pra fazer você chegar lá. — Ele estava com aquele sorrisinho que

  eu odiava. — Então, foi um a vez só, ou vou ver você de novo?

  Com ecei a m e irritar e a lhe dizer que estava sonhando se pensava

  sinceram ente que eu voltaria, m as então lem brei que estava prestes a ir para

  casa. O envelope de papel pardo ainda estava, provavelm ente, em cim a da m esa

  da cozinha.

  — Bianca? — perguntou Wesley. Um arrepio percorreu m inha pele quando

  ele tocou m eu om bro. — Está tudo bem ?

  Desvencilhei-m e e fui em direção à porta. Estava na m etade do cam inho

  quando m e virei e disse, com um instante de hesitação:

  — Vam os ver. — E desci correndo a escada da frente.

  — Bianca, espera!

  Apertei m eu casaco em volta do corpo, tentando lutar contra o vento frio, e

  abri a porta do m eu Golf. Ele estava atrás de m im em alguns segundos, m as,

  ainda bem , não m e tocou dessa vez.

  — O que foi? — perguntei enquanto sentava ao volante. — Preciso ir pra

  casa.

  Minha casa, o últim o lugar para onde queria ir.

  O céu de inverno j á ficara preto, no entanto eu ainda conseguia ver os olhos

  cinza de Wesley no escuro. Eram exatam ente da cor do céu antes da tem pestade.

  Ele se inclinou j unto à porta para que seus olhos ficassem à altura dos m eus, e o

  j eito com o m e olhava m e deixou realm
ente desconfortável.

  — Você não respondeu a outra pergunta.

  — Que outra pergunta?

  — Você está bem ?

  Eu o encarei por um longo tem po, supondo que ele estivesse apenas tentando

  ser irritante. Mas algo nos seus olhos brilhantes m e fez hesitar.

  — Não im porta se estou ou não — sussurrei. Liguei o carro, e ele se afastou

  rapidam ente quando bati a porta. — Tchau, Wesley.

  E fui em bora.

  Quando cheguei em casa, m eu pai ainda estava no quarto. Acabei de lim par

  a sala de estar, evitando a cozinha deliberadam ente, e corri para cim a para

  tom ar um a ducha. A água quente não lavou a sensação de suj eira que Wesley

  deixara na m inha pele, m as conseguiu relaxar alguns m úsculos que form avam

  nós intensos nas costas e nos om bros. Eu esperava que a suj eira fosse lavada dali

  a algum tem po.

  Eu tinha acabado de m e enrolar na toalha quando m eu celular com eçou a

  tocar no quarto, e corri pelo corredor para atender a tem po.

  — Oi, B — disse Casey no m eu ouvido. — Então, você e Wesley acabaram ?

  — O quê?

  — Vocês dois estavam fazendo o trabalho de inglês hoj e, né? — perguntou

  ela. — Pensei que ele ia encontrar você aí na sua casa.

  — Ah… certo. Bem , acabei indo pra casa dele em vez disso. — Estava m e

  esforçando pra não parecer culpada.

  — Meu Deus, quer dizer na m ansão? — perguntou Casey. — Que sorte!

  Você foi a um a das sacadas? Vikki diz que é um dos m otivos pelos quais ela quer

  ficar com ele de novo. Da últim a vez foi no assento traseiro do Porsche dele, m as

  ela quer m uito ver o interior dessa casa.

  — Essa conversa tem algum propósito, Casey ?

  — Ah, sim ! — Ela riu. — Desculpe, não é nada de m ais. Apenas queria ter

  certeza de que você estava bem .

  Por que estava todo m undo m e perguntando isso hoj e?

  — Sei que você detesta o Wesley — continuou ela. — Queria ter certeza de

  que você estava bem … e que ele tam bém estava. Você não deu um a facada

  nele, certo? Quer dizer, desaprovo totalm ente o assassinato de hom ens gatos, m as

  se você precisar de aj uda para enterrar o corpo, saiba que eu levo a pá.

  — Obrigada, Casey — respondi. — Mas ele está vivo. Hoj e não foi tão ruim

  quanto eu esperava. Na verdade… — Quase contei tudo a ela. Que m eus pais

  iam se divorciar e com o, em um m om ento de desespero, tinha beij ado Wesley

  Rush, de novo. Com o esse beij o se tornara algo m uito, m uito m aior. Com o sentia

  m eu corpo todo suj o e, ao m esm o tem po, incrivelm ente livre. As palavras

  chegaram à ponta da língua, m as não consegui pronunciá-las.

  Ainda não, pelo m enos.

  — Na verdade o quê, B? — perguntou ela, tirando-m e dos m eus

  pensam entos.

  — Ahn… nada. Ele na verdade teve ideias m uito boas para o trabalho. Foi

  isso. Acho que ele é, tipo, um fã de Hawthorne ou algo assim .

  — Que bom . Sei que você acha sexy um cara ser inteligente. Você vai

  adm itir que se sente atraída por ele agora?

  Congelei, sem saber com o responder a isso, porém Casey j á estava rindo.

  — Estou brincando, m as estou satisfeita de saber que tudo acabou bem .

  Estava m eio preocupada com você hoj e. Tinha a sensação de que algo ruim ia

  acontecer. Acho que estava só sendo paranoica.

  — Deve ser isso.

  — Preciso ir. Jessica quer que eu ligue pra ela com todos os detalhes do m eu

  encontro com Harrison. Ela sim plesm ente não entende, né? Bom , a gente se vê

  na escola segunda-feira.

  — Certo. Tchau, Casey.

  — Até m ais, B.

  Desliguei o celular e coloquei-o na m inha m esinha de cabeceira, sentindo-

  m e um a com pleta m entirosa. Tecnicam ente, não tinha m entido: apenas ocultado

  um a inform ação, m as m esm o assim … esconder algo de Casey era, tipo, um

  pecado m ortal. Sobretudo porque ela fizera questão de se abrir para m eus

  problem as.

  Mas eu lhe contaria, algum dia. Bem , sobre m eus pais, pelo m enos. Só

  precisava conseguir dar conta daquilo sozinha antes de j ogar tudo em cim a dela e

  de Jessica. A questão com Wesley, no entanto… m eu Deus, esperava que elas

  nunca descobrissem .

  Aj oelhei ao pé da m inha cam a e com ecei a dobrar as roupas lim pas, com o

  fazia toda noite. Estranham ente, não estava tão estressada quanto esperava.

  Detestava adm itir, m as precisava m esm o agradecer a Wesley por isso.

  capítulo 9

  Papai não saiu de seu quarto pelo resto do fim de sem ana. Bati na porta um as

  duas vezes na tarde de dom ingo e m e ofereci para lhe fazer algo para com er,

  m as ele apenas m urm urou um a recusa, nunca abrindo a porta entre nós. Seu

  isolam ento m e aterrorizou. Ele devia estar deprim ido por causa de m am ãe e,

  para piorar, envergonhado por ter tido um a recaída, m as eu sabia que isso não

  era saudável. Decidi que, se não saísse de lá até segunda-feira à tarde, eu

  invadiria o quarto e… bem , não sabia o que faria a seguir. Nesse m eio-tem po,

  tentava não pensar no m eu pai ou nos papéis do divórcio sobre a m esa da

  cozinha.

  Surpreendentem ente, isso até que foi fácil.

  A m aior parte dos m eus pensam entos vagou em torno de Wesley. Que nojo,

  né? Mas eu realm ente não sabia com o lidar com a escola na segunda-feira. O

  que fazer depois de se pegar por um a noite (ou, no m eu caso, um a tarde) com o

  m aior galinha da escola? Será que devia agir com indiferença? Devia tratá-lo

  com o m eu ódio indisfarçado de sem pre? Ou, porque honestam ente m e diverti,

  deveria agir, tipo, com o se estivesse agradecida? Dim inuir um pouco o

  contentam ento e ser amigável? Eu devia algo a ele? É claro que não. Ele tirou

  tanto da experiência quanto eu, exceto a autoaversão.

  Quando cheguei à escola na segunda-feira de m anhã, estava quase decidida

  a evitá-lo com pletam ente.

  — Você está bem , Bianca? — perguntou Jessica enquanto saíam os da aula

  de espanhol no final do prim eiro período. — Você está agindo… hã, de form a

  estranha.

  Adm ito, m inhas habilidades de espiã não eram exatam ente boas, m as eu

  sabia que Wesley passava pela sala de aula a cam inho do segundo período, e eu

  não queria arriscar um estranho encontro pós-sexo no corredor. Espiei

  ansiosam ente pela beirada da porta, varrendo a m ultidão na tentativa de

  encontrar aqueles cachos castanhos inconfundíveis. Mas, se Jessica estava

  dizendo que algo estava acontecendo, eu estava sendo óbvia dem ais.

  — Não é nada — m enti, saindo para o corredor. Olhei para os dois lados,

  com o um a criança pequena atravessando um a avenida m ovim entada, e fiquei

  aliviada por não vê-lo em lugar nenhum . — Estou bem .

  — Ah, tudo bem — disse ela, sem desconfiar. — Devo ter im aginado, então.

  — Você deve ter im aginado.

  Jessica aj eitou um a m echa solta de seu cabelo loiro que havia escapado dos

  confins de seu rabo de cavalo.

  — Ah, Bianca, esqueci de contar pra você! Estou tão anim ada!

  — Vou adivinhar — provoquei. — Tem algo a ver com Harrison Carly le,

  certo? El
e perguntou onde você com prou sua calça j eans skinny fofa dessa vez?

  Ou com o você hidrata seu cabelo m aravilhoso?

  — Não! — Jessica riu. — Não… Na verdade, é m eu irm ão. Ele vem nos

  visitar esta sem ana e deve chegar a Ham ilton ao m eio-dia de hoj e. Ele vai m e

  apanhar na escola de tarde. Estou realm ente anim ada em vê-lo. Faz, tipo, dois

  anos e m eio desde que ele foi pra faculdade e… ei, Bianca, você tem certeza de

  que está bem ?

  Eu havia parado, congelada, no m eio do corredor. Podia sentir o sangue

  fugindo do m eu rosto e m inhas m ãos ficando frias e com eçando a trem er. Aquilo

  era definitivam ente o com eço de um a náusea, m as eu disse a m esm a velha

  m entira.

  — Estou bem . — Forcei m eus pés a se m overem novam ente. — Eu só, ahn,

  pensei ter esquecido um a coisa. Está tudo bem . Agora, o que é que você estava

  dizendo?

  Jessica prosseguiu:

  — Ah, bem , estou tão anim ada com Jake! Não posso acreditar que estou

  dizendo isso, m as eu realm ente, realm ente senti falta dele. Vai ser legal ficar

  com ele por alguns dias. Ah, e acho que a Tiffany vai vir com ele. Contei pra

  você que eles acabaram de ficar noivos?

  — Não. Isso é ótim o… Tenho de ir pra aula, Jessica.

  — Ah… certo. Bem , vej o você na aula de inglês, Bianca. — Eu j á estava na

  m etade do corredor quando Jessica conseguiu pronunciar a frase.

  Forcei cam inho em m eio aos alunos que debandavam , m al os ouvindo,

  enquanto m e xingavam por pisar em seus pés ou por trom bar com eles com

  m inha m ochila. Os sons à m inha volta vagarosam ente dim inuíram quando as

  m em órias indesej áveis invadiram m inha cabeça. Era com o se as palavras de

  Jessica tivessem quebrado a represa que as m antivera contidas por tanto tem po.

  — Então, você é a Bianca? A caloura vagabunda que está transando com

  meu namorado?

  — Seu namorado? Eu não…

  — Fique longe do Jake!

  Meu rosto queim ava enquanto as lem branças m e invadiam . Meus pés se

  m exiam tão rápido que quase entrei correndo na aula de organização política

  avançada. Com o se eu pudesse fugir dos pensam entos. Com o se eles não fossem

  m e perseguir com um a vingança. Mas Jake Gaither voltaria a Ham ilton e ficaria

  por um a sem ana. Jake Gaither estava noivo de Tiffany. Jake Gaither… o garoto

 

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