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O Grande Gatsby (Penguin)

Page 22

by F. Scott Fitzgerald


  Após a morte de Gatsby, o Leste me pareceu assim amaldiçoado, distorcido para além do poder corretivo de meus olhos. Assim, quando a névoa azulada das folhas secas subiu ao ar e o vento castigou as roupas endurecidas no varal, decidi que era hora de voltar para casa.

  Havia algo a ser feito antes de partir, algo embaraçoso e desagradável que talvez fosse melhor ter sido esquecido. Mas eu queria deixar as coisas em ordem e não apenas confiar que esse mar prestativo e indiferente levasse para longe a bagunça que deixei para trás. Fui ver Jordan Baker e falei longamente sobre o que se passara entre nós, e o que acontecera comigo em seguida, e ela ficou o tempo todo escutando em absoluto silêncio numa cadeira larga.

  Ela vestia um traje de golfe, e me lembro de ter achado que daria uma boa ilustração, o queixo ligeiramente erguido com elegância, os cabelos da cor das folhas de outono, o rosto com o mesmo matiz castanho da luva sem dedos largada em seu joelho. Quando terminei, ela me contou, sem maiores comentários, que estava noiva de outro homem. Eu duvidava disso, embora houvesse vários homens com quem ela poderia se casar só com um aceno de cabeça, mas fingi estar surpreso. Por um minuto, imaginei se não estava cometendo um erro, então repensei tudo rapidamente e me levantei para dizer adeus.

  — Em todo caso, foi você que me dispensou — disse Jordan de repente. — Você me dispensou por telefone. Não dou a mínima para você agora, mas naquela época foi uma experiência nova e me senti um pouco desnorteada.

  Nós nos cumprimentamos.

  — Ah, e você se lembra — ela acrescentou — de uma conversa que tivemos uma vez sobre direção?

  — Por quê? Não exatamente.

  — Você disse que um mau motorista só está seguro até encontrar outro mau motorista, certo? Bem, eu encontrei outro mau motorista, não? Quer dizer, fui descuidada ao fazer uma aposta tão errada. Pensei que você fosse uma pessoa honesta e justa. Pensei que fosse esse o seu orgulho secreto.

  — Eu tenho trinta anos — respondi. — Há cinco anos já passei da idade de poder mentir para mim mesmo e chamar isso de honra.

  Ela não respondeu. Zangado e um pouco apaixonado por ela, além de tremendamente arrependido, fui embora.

  Certa tarde, no fim de outubro, vi Tom Buchanan. Ele estava caminhando à minha frente pela Quinta Avenida com seu jeito alerta e agressivo, as mãos um pouco afastadas do corpo como se para evitar o contato, a cabeça balançando para lá e para cá, adaptando-se aos seus olhos impacientes. Assim que eu diminuí o passo para evitar alcançá-lo, ele parou e franziu a testa em direção à vitrine de uma joalheria. De súbito, ele me viu e aproximou-se com a mão estendida.

  — Qual é o problema, Nick? Não vai apertar minha mão?

  — Não. Você sabe o que penso de você.

  — Você está louco, Nick — ele disse rapidamente. — Louco de pedra. Não sei qual o seu problema.

  — Tom — eu perguntei —, o que você disse a Wilson naquela tarde?

  Ele me encarou sem dizer palavra, e eu sabia que estava certo sobre aquelas horas inexplicadas. Fiz menção de ir embora, mas ele se adiantou e agarrou o meu braço.

  — Eu lhe contei a verdade — ele disse. — Wilson apareceu quando estávamos prestes a partir e, quando mandei avisar que não estávamos, tentou forçar o caminho subindo as escadas. Estava louco o bastante para me matar, caso eu não lhe tivesse contado quem era o dono do carro. Ele não largou o revólver o tempo todo em que esteve na casa… — Ele fez uma pausa desafiadora. — E se eu tivesse mesmo contado? Aquele sujeito fez por merecer. Ele jogou areia nos seus olhos assim como fez com Daisy, mas era um cara durão. Ele atropelou Myrtle como se fosse um cachorro e nem parou o carro.

  Não havia nada que eu pudesse dizer além de algo indizível: era tudo mentira.

  — E se você acha que eu não tive a minha cota de sofrimento… Veja só, quando fui me desfazer daquele apartamento e vi aquela maldita caixa de biscoitos de cachorro no aparador, eu sentei e chorei como um bebê. Por Deus, foi horrível…

  Eu nunca seria capaz de perdoá-lo ou de gostar dele, mas vi que seus atos eram, a seus olhos, inteiramente justificáveis. Tudo decorrera de forma descuidada e confusa. Eles eram todos descuidados e confusos. Eram descuidados, Tom e Daisy — esmagavam coisas e criaturas e depois se protegiam por trás da riqueza ou de sua vasta falta de consideração, ou o que quer que os mantivesse juntos, e deixavam os outros limparem a bagunça que eles haviam feito…

  Apertei a mão de Tom; me pareceu tolo não fazê-lo, pois tive a súbita impressão de que estava lidando com uma criança. Então ele entrou na joalheria para comprar um colar de pérolas — ou talvez apenas um par de abotoaduras —, livre para sempre da minha sensibilidade provinciana.

  A mansão de Gatsby ainda estava desocupada quando fui embora — a grama do jardim havia crescido até alcançar a minha. Um certo taxista do centro admitiu nunca ter feito uma corrida que passasse por ali sem encostar um minuto e apontar para a mansão; talvez tivesse sido ele quem levou Daisy e Gatsby até East Egg na noite do acidente, e talvez tenha inventado uma história por conta própria. Eu não queria escutá-la e evitei sua companhia ao descer do trem.

  Decidira passar as noites de sábado em Nova York, pois aquelas festas resplandecentes e estonteantes de Gatsby permaneciam comigo tão nitidamente que eu ainda podia ouvir música e risadas de seu jardim, fracas e incessantes, e os carros indo e vindo pela entrada da casa. Certa noite, ouvi um carro de verdade por lá, e vi seus faróis iluminando os degraus da entrada. Mas não cheguei a investigar. Era provavelmente um derradeiro conviva que estivera fora o tempo todo, viajando nos confins do mundo, e não sabia que a festa havia acabado.

  Na última noite, com as malas prontas e o carro vendido ao dono da mercearia, voltei para admirar outra vez aquele gigantesco e incoerente fracasso de residência. Sobre os degraus brancos, uma palavra obscena rabiscada por algum moleque com um caco de tijolo se destacava à luz do luar, e eu a apaguei, esfregando os sapatos com força na pedra. Então perambulei até a praia e me estiquei na areia.

  Àquela hora da noite, os estabelecimentos ao longo da costa estavam fechados e já não havia quase nenhuma luz, exceto o brilho obscuro e indefinido de uma barca cruzando o estreito. Conforme a lua subia no céu, as casas insignificantes passaram a se dissolver até que, pouco a pouco, meus pensamentos desaguaram na antiga ilha selvagem que surgira aos olhos dos marinheiros holandeses neste exato lugar — o seio verde e frondoso de um Novo Mundo. Suas árvores extintas, aquelas que cederam lugar à casa de Gatsby, outrora estimularam os sonhos derradeiros e mais ambiciosos dos homens; por um momento transitório e mágico, alguém deve ter prendido o fôlego à vista deste continente, compelido a uma contemplação estética que não compreendia e tampouco desejava, face a face, pela última vez na história, com algo proporcional à sua capacidade de maravilhar-se. Enquanto estava ali, remoendo esse velho e desconhecido mundo, pensei no assombro de Gatsby ao ver pela primeira vez a luz verde da extremidade do cais de Daisy. Ele havia percorrido um caminho enorme até chegar a esse jardim azulado, e seu sonho lhe deve ter parecido tão próximo que dificilmente o deixaria escapar. O que ele não sabia é que já estava fora de seu alcance, em algum ponto da vasta obscuridade que seguia além da cidade, onde os campos escuros da república se estendiam através da noite.

  Gatsby acreditava na luz verde, no futuro orgástico que, ano após ano, costuma recuar diante de nós. Ontem fomos iludidos, mas não importa — amanhã correremos mais rápido, esticando nossos braços mais além… E numa bela manhã…

  E assim avançamos, botes contra a corrente, impelidos incessantemente de volta ao passado.

  a “The rosary” era uma popular canção católica dos anos 1920, composta por Robert Cameron Rogers e Ethelbert Nevin. É provavelmente irônico que seja assobiada por Wolfshiem, cuja etnicidade judia é tão enfatizada no livro.

  b Refere-se à predominância de imigrantes dessa nacionalidade entre os primeiros habitantes de Minnesota.

  Notasa

  Muitas destas notas foram baseadas no livro Appa
ratus for F. Scott Fitzgerald’s “The Great Gatsby”, de Matthew J. Bruccoli (University of South Carolina Press, 1974). O professor Bruccoli é uma das maiores autoridades acadêmicas em Fitzgerald, e quem estiver interessado nos detalhes textuais deste romance deve consultar seu trabalho.

  introdução

  1 Até o último momento, Fitzgerald preferia o título Under the red, white, and blue [Sob o vermelho, branco e azul] e, de fato, atribuiu o fracasso inicial do romance ao título que acabou sendo impresso — um de seus poucos erros de julgamento durante o inspirado período de revisão das provas.

  epígrafe

  1 A epígrafe é de Fitzgerald. Thomas Parke D’Invilliers é personagem do romance Este lado do paraíso, baseado em John Peale Bishop.

  1.

  1 Duques de Buccleuch: O duque de Buccleuch também possui o título de duque de Doncaster. Visto que Gatsby é fotografado ao lado do futuro conde de Doncaster em Oxford, no capítulo 4, Fitzgerald estaria sugerindo, quase como uma piada interna, que Nick poderia estar muito mais “ligado” a Gatsby do que ele imagina!

  2 No romance, usa-se New Haven para designar a Universidade de Yale, que está localizada na cidade de New Haven, em Connecticut.

  3 A mesma fraternidade universitária: havia seis irmandades secretas em Yale. Ser aceito em uma delas era considerado um êxito social.

  4 A ascensão dos impérios de cor é uma alusão ao livro The rising tide of color [A maré crescente da cor], de Lothrop Stoddard (Nova York: Scribners, 1920). Bruccoli alega que Fitzgerald “não quis usar o título e o autor corretos”. Além disso, também não queria que o leitor confundisse Lothrop Stoddard com John L. Stoddard, mencionado no capítulo 3.

  5 Westchester fica no subúrbio do estado de Nova York.

  6 O nome de Jordan Baker é uma superposição do carro esportivo Jordan e do Baker elétrico de 1889. Fitzgerald admitiu a Maxwell Perkins que a personagem é baseada na campeã de golfe Edith Cummings.

  7 Asheville, Hot Springs e Palm Beach: Balneários chiques da Carolina do Norte, Arkansas e Flórida, respectivamente.

  2.

  1 Vale das cinzas: Segundo Bruccoli, é baseado em Flushing Meadow, área pantanosa transformada em depósito de lixo e de cinzas, e que mais tarde abrigou a Feira Mundial de 1939.

  2 Town Tattle: revista de fofocas dos anos 1920.

  3 Simon called Peter, best-seller do escritor Robert Keable (Nova York: Dutton, 1921), que Fitzgerald abominava e julgava imoral.

  3.

  1 Joe Frisco (1889-1958), comediante e dançarino de vaudeville.

  2 Ziegfeld Follies (1907-31): Espetáculo musical conhecido por suas belas dançarinas. Uma das mais famosas foi Gilda Gray (1901-59), que popularizou uma dança chamada shimmy.

  3 O escritor John Lawson Stoddard publicou quinze volumes ilustrados de seus cadernos de viagem sob o título geral de John L. Stoddard’s lectures. De acordo com Bruccoli, a casa próxima a Rochester onde viveu Charles Dickens, Gad’s Hill, está ilustrada no nono volume. Ver nota adicional sobre Gad’s Hill no capítulo 8.

  4 David Belasco (1853-1931), produtor da Broadway famoso pelo realismo de seus cenários.

  5 Primeira Divisão, 28o Batalhão e 16o Batalhão de Infantaria: Na segunda edição revisada pelo próprio Fitzgerald, os termos foram substituídos por “Terceira Divisão”, “9o Batalhão de Artilharia” e “7o Batalhão de Infantaria”. Bruccoli fez a pesquisa: “Em 3 de junho de 1918, o 9o Batalhão de Artilharia de Nick estava na comuna de Château-Thierry quando o 7o Batalhão de Infantaria de Gatsby foi chamado para defender a cidade no flanco sul do rio. Ambas as unidades faziam parte da Terceira Divisão […]. Na floresta de Argonne, deu-se a ofensiva Meuse-Argonne (25 de setembro a 13 de novembro de 1918), na qual as tropas americanas exerceram papel crucial. Embora a Terceira Divisão de Gatsby tenha participado da campanha, atuou apenas no setor de Meuse — na extremidade oposta à linha de frente da floresta de Argonne. Por outro lado, a Primeira Divisão (a que pertenciam Nick e Gatsby na primeira impressão do livro) fora citada pelo general Pershing como sendo de valor inestimável em Argonne. A mudança das unidades de Nick e Gatsby torna possível que eles tenham se visto em Château-Thierry, mas ao mesmo tempo torna bastante improvável a presença de Gatsby na floresta de Argonne. Essa discrepância não indica necessariamente que Gatsby está mentindo sobre seu registro na guerra: não há nenhuma alusão a isso no romance”.

  6 Nos anos 1920, o termo “hidroavião” se aplicava tanto aos barcos a motor quanto aos hidroplanos.

  7 Warwick, em Nova York, é um subúrbio pertencente ao condado de Orange.

  4.

  1 Na época da Lei Seca, os contrabandistas promoviam a venda ilegal de bebidas alcoólicas. No original, a palavra bootlegger deriva do hábito de esconderem as garrafas de uísque dentro de suas botas.

  2 Paul von Hindenburg (1847-1934), general alemão da Primeira Guerra que se tornou mais tarde presidente da Alemanha.

  3 Orderi di Danilo: “Montenegro tem uma ordem chamada Ordem de Danilo. Será que você poderia pesquisar para mim qual a sua aparência — por exemplo, se uma condecoração de cortesia dada a um americano traria ou não uma inscrição em inglês — ou algo que possa dar verossimilhança a essa medalha que parece ser horrivelmente amadora?” (carta de Fitzgerald a Perkins, dezembro de 1924). É sem dúvida adequado aos propósitos de Fitzgerald que Gatsby exiba uma medalha que pareça horrivelmente amadora (falsa), mas ainda assim tenha certa “verossimilhança”; e inclusive que seja essa a improvável medalha mostrada por Gatsby ao narrador, após afirmar que “todos os governos aliados me deram uma condecoração”. Modéstia? Impostura? Zombaria?

  4 Port Roosevelt: Segundo Bruccoli, o local não foi localizado ou relacionado a um porto de verdade, embora o nome seja evidentemente sugestivo. Como ele enfatiza, “Fitzgerald superpõe uma geografia em parte mítica à geografia real de Long Island”.

  5 O personagem de Meyer Wolfshiem é parcialmente baseado no famoso gângster Arnold Rothstein: “em Gatsby […], parti sempre de um pequeno ponto focal que me impressionava — meu encontro com Arnold Rothstein, por exemplo” (Fitzgerald para Corey Ford, em julho de 1937).

  6 Referente ao “Escândalo de Black Sox”, que abalou o beisebol americano. Em 1919, alguns jogadores do Chicago White Sox, favorito naquele ano, foram pagos para “entregar” a temporada ao Cincinnati Reds. (Os jogadores do Chicago foram tão descarados que, após o segundo jogo, o jornalista Ring Lardner caminhou pelo vagão do time cantando: “Estou sempre entregando o jogo”, numa paródia da música “I’m forever blowing bubbles”, de 1918.) O consenso entre os historiadores é que Arnold Rothstein não concebera a fraude, mas sabia a seu respeito e apostou de acordo com isso.

  7 Camp Taylor: Base militar próxima a Louisville, Kentucky, onde o próprio Fitzgerald serviu por um tempo e onde conheceu Zelda Sayre.

  5.

  1 Coney Island: Região do Brooklyn, Nova York, à beira do Atlântico, famosa por seu calçadão e parques de diversões.

  2 The Journal: Periódico nova-iorquino de propriedade de William Randolph Hearst.

  3 Economics: An introduction for the general reader, de Henry Clay (Nova York: Macmillan, 1918).

  4 Castelo de Rackrent: Referência ao romance do século xix de Maria Edgeworth, Castle Rackrent.

  5 Diz-se que Immanuel Kant tinha o hábito de admirar um campanário enquanto pensava.

  6 No original, Adam’s study: Escritório no estilo clássico dos arquitetos escoceses Robert e James Adam.

  6.

  1 Oleoduto subterrâneo até o Canadá: Durante a Lei Seca, dizia-se que o álcool estava sendo trazido do Canadá para os Estados Unidos por um sistema de encanamento.

  2 Madame de Maintenon: Françoise d’Aubigné (1635-1719), marquesa de Maintenon, segunda esposa de Luís xiv, com vasta influência política no reino.

  7.

  1 Kapiolani: Parque na ilha havaiana de Oahu.

  2 Punch Bowl: Um vulcão na ilha havaiana de Oahu.

  3 Durante a Lei Seca, as drugstores eram o
único local onde se podia comprar uísque sob prescrição médica. Muitas se tornaram fachadas para a venda ilegal de bebidas.

  8.

  1 “Beale Street blues” é uma famosa canção escrita por W. C. Handy em 1917.

  2 Hempstead é uma localidade do condado de Nassau, em Long Island. Southampton é uma localidade rica do condado de Suffolk, na margem sul de Long Island.

  3 Gad’s Hill: De acordo com Bruccoli, o local não existe em nenhum mapa de Long Island nos anos 1920, portanto faz parte da “geografia mítica” de Fitzgerald. O nome remete obviamente a “Gatsby” (assim como a palavra gat em inglês quer dizer revólver). É também o local do ridículo assalto de Falstaff a mando do príncipe Hal, em Henrique IV, parte I.

  9.

  1 Ao mencionar um sujeito que foi preso no momento em que entregava os títulos no guichê, Fitzgerald está insinuando que Gatsby estava envolvido na movimentação de títulos roubados, como Arnold Rothstein provavelmente estava.

  2 James J. Hill (1838-1916) foi um magnata das ferrovias que morava na cidade natal de Fitzgerald, St. Paul, em Minnesota. Construiu a ferrovia Great Northern, que interligava os Grandes Lagos à costa do Pacífico. O escritor faz inúmeras alusões a ele em sua obra.

  3 Greenwich é uma localidade em Connecticut.

  4 O nome da Suástica Companhia Holding não é uma sugestão de que o judeu Wolfshiem seria fascista! Hitler adotou o símbolo em 1920, mas, na época em que o livro estava sendo escrito, a notícia ainda não havia se disseminado, sendo a suástica um simples símbolo decorativo.

 

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