O Grande Gatsby (Penguin)

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O Grande Gatsby (Penguin) Page 20

by F. Scott Fitzgerald


  — É uma gente ordinária — gritei, através do gramado. — Você vale muito mais do que todos eles juntos.

  Até hoje fico feliz por ter dito isso. Foi o único elogio que lhe fiz, pois o reprovara do começo ao fim. Primeiro ele assentiu com a cabeça de forma educada, e então abriu aquele sorriso radiante e sábio, como se houvéssemos concordado nesse ponto o tempo todo. Seu vistoso paletó cor-de-rosa se destacava contra os degraus brancos, e me lembrei da primeira vez que visitei sua casa ancestral, três meses antes. O gramado e a entrada estavam apinhados de gente que apostava em sua malícia — e ele havia ficado de pé naqueles degraus, ocultando seu sonho inocente, enquanto se despedia de todos.

  Agradeci a Gatsby pela hospitalidade. Estávamos sempre lhe agradecendo por isso — eu e os outros.

  — Adeus — eu gritei. — Adorei o café, Gatsby.

  No trabalho, passei um tempo tentando listar as cotas de uma quantidade interminável de ações, mas acabei cochilando em minha cadeira giratória. Fui despertado pelo telefone pouco antes do meio-dia, e ergui o rosto empapado de suor. Era Jordan Baker; ela costumava me ligar àquela hora porque, de outro modo, suas perambulações em hotéis, clubes e casas de amigos tornariam impossível localizá-la. Em geral, sua voz ao telefone era revigorante e calma, como se um trecho de grama do campo de golfe entrasse voando pela janela do escritório, mas naquela manhã sua voz era seca e áspera.

  — Não estou mais na casa de Daisy — ela disse. — Estou em Hempstead2 e vou para Southampton esta tarde.

  Fora provavelmente educado de sua parte sair da casa de Daisy, mas aquilo me irritou, e seu comentário seguinte me deixou petrificado.

  — Você não foi muito legal comigo ontem à noite.

  — Teria feito alguma diferença?

  Momento de silêncio. E então:

  — Em todo caso, quero te ver.

  — Eu também.

  — Digamos que eu não vá a Southampton e apareça na cidade hoje à tarde?

  — Não. Hoje à tarde não.

  — Certo.

  — Hoje à tarde é impossível. Vários…

  Passamos um tempo nessa conversa, e então de repente não estávamos mais conversando. Não sei qual de nós desligou o telefone com um golpe seco, mas sei que não me abalei. Não conseguiria tomar um chá com Jordan naquela tarde, mesmo que jamais voltasse a vê-la nesta vida.

  Liguei para Gatsby poucos minutos depois, mas deu ocupado. Tentei quatro vezes; por fim, uma exasperada telefonista da central me disse que a linha estava reservada para receber um interurbano de Detroit. Apanhando minha tabela de horários, fiz um pequeno círculo em torno do trem das quinze e cinquenta. Então me recostei na cadeira e tentei raciocinar. Ainda era meio-dia.

  Naquela manhã, quando o trem passou pelas pilhas de cinzas, troquei deliberadamente de lado no vagão. Imaginei que haveria uma multidão de curiosos por ali, com garotinhos procurando manchas escuras em meio à poeira e uma porção de fofoqueiros repetindo várias vezes o que aconteceu, até que o incidente se tornasse menos real inclusive para eles e não houvesse mais como contá-lo, e assim o fim trágico de Myrtle Wilson fosse esquecido. Agora quero retroceder um pouco e narrar o que houve na oficina depois que saímos de lá, na noite anterior.

  Foi com dificuldade que localizaram a irmã de Myrtle, Catherine. Naquela noite, ela deve ter quebrado sua promessa de não beber, pois quando chegou à oficina estava embotada de álcool e incapaz de entender que a ambulância já havia ido para Flushing.a Quando enfim conseguiram convencê-la, ela desmaiou imediatamente, como se essa fosse a parte mais intolerável da coisa toda. Por bondade ou curiosidade, algum desconhecido a levou de carro até o velório da irmã.

  Até bem depois da meia-noite, uma multidão variável se amontoou na entrada da oficina, enquanto, lá dentro, George Wilson se balançava para a frente e para trás na cadeira do escritório. Houve um momento em que a porta se abriu, e ninguém resistiu a dar uma espiada. Por fim, alguém disse que aquilo era uma vergonha e fechou a porta. Michaelis e outros homens estavam com ele; no início, quatro ou cinco pessoas, e, depois, só duas ou três. Mais tarde, Michaelis teve que pedir ao último desconhecido restante que esperasse mais uns quinze minutos, enquanto ele ia para casa fazer um bule de café. Depois disso, ficou sozinho com Wilson até o amanhecer.

  Por volta das três da madrugada, a natureza dos resmungos incoerentes de Wilson sofreu uma mudança — ele ficou mais quieto e passou a falar sobre o carro amarelo. Disse que tinha um meio de identificar o dono do carro, e então deixou escapar que, meses antes, sua esposa voltara da cidade com o rosto machucado e o nariz inchado.

  Porém, ao perceber o que havia dito, ele se retraiu e voltou a gritar “Oh, meu Deus!” com sua voz lastimosa. Michaelis fez uma patética tentativa de distraí-lo.

  — Vocês estavam casados havia quanto tempo, George? Olhe para mim, tente ficar parado um minuto e responda a minha pergunta. Há quanto tempo estavam casados?

  — Vinte anos.

  — Tiveram filhos? Vamos, George, sente-se direito, eu lhe fiz uma pergunta. Vocês tiveram filhos?

  Uma porção de besouros marrons e cascudos insistia em bater contra a luz mortiça e, sempre que Michaelis ouvia um carro cortando a estrada, pensava naquele que não freara algumas horas antes. Ele não queria voltar para a oficina porque a mesa de trabalho trazia as manchas de onde estava o corpo, então perambulava desconfortavelmente pelo escritório — antes de amanhecer, já conhecia de cor todos os objetos — e, de vez em quando, sentava-se ao lado de Wilson na tentativa de acalmá-lo.

  — Você vai a algum tipo de igreja, George? Mesmo que não a frequente mais? Talvez eu possa ligar e pedir para um padre vir falar com você. Que tal?

  — Não tenho religião.

  — Você devia ter, George, para ocasiões como esta. Provavelmente já foi à missa pelo menos uma vez. Não se casou numa igreja? Preste atenção, George, olhe para mim. Você não se casou numa igreja?

  — Isso faz muito tempo.

  O esforço de responder quebrou o ritmo de seu balanço — por um instante, ele ficou parado. Então aquela expressão meio consciente, meio perplexa, retornou aos seus olhos embotados.

  — Abra aquela gaveta — ele disse, apontando para a escrivaninha.

  — Qual delas?

  — Aquela ali. Aquela.

  Michaelis abriu a gaveta mais próxima. Não havia nada além de uma pequena e caríssima coleira de cachorro, feita de couro com tiras de prata. Parecia nova.

  — Isto aqui? — ele perguntou, erguendo a coleira.

  Wilson olhou para o objeto e assentiu com a cabeça.

  — Encontrei ontem à tarde. Ela tentou me explicar o que era, mas eu sabia que havia algo suspeito.

  — Quer dizer que a sua esposa comprou esta coleira?

  — Estava em cima da cômoda, embrulhada em papel de seda.

  Michaelis não viu nada de estranho naquilo e deu a Wilson uma dúzia de razões para a esposa ter feito a compra. Mas evidentemente ele já havia ouvido várias dessas explicações da boca de Myrtle, pois tornou a dizer “Oh, meu Deus” num sussurro — fazendo com que seu consolador deixasse no ar inúmeras outras explicações.

  — Então ele a matou — disse Wilson. Sua boca escancarou-se de súbito.

  — Quem?

  — Tenho um jeito de descobrir.

  — Você está sendo mórbido — disse o amigo. — Passou por uma situação terrível e não sabe o que está dizendo. É melhor ficar quieto por aqui até amanhecer.

  — Ele a matou.

  — Foi um acidente, George.

  Wilson balançou a cabeça, em negativa. Estreitou os olhos e abriu ligeiramente a boca sugerindo um altivo “Hum!”.

  — Eu sei — afirmou, num tom decidido. — Sou desses caras que confiam nos outros e não pensam mal de ninguém, mas quando fico sabendo de alguma coisa, é porque sei mesmo. Foi o homem daquele carro. Ela saiu correndo para falar com ele, mas ele não parou.

  Michaelis havia presenciado a mesma cena, mas não lhe ocorrera dar-lhe um signifi
cado especial. Acreditava que a sra. Wilson estava fugindo do marido, e não tentando parar um automóvel específico.

  — Mas como ela pode ter feito isso?

  — Era uma mulher intensa — disse Wilson, como se isso respondesse à pergunta. — Ah-h-h…

  Ele tornou a balançar na cadeira e Michaelis ficou de pé, girando a coleira na mão.

  — Quem sabe eu possa telefonar para algum amigo seu, George?

  Era uma tentativa desesperada — ele estava quase certo de que Wilson não tinha amigos: era completamente absorvido pela esposa. Pouco depois, ficou aliviado ao notar uma mudança na sala, uma luz azulada despontando na janela, e viu que a manhã não tardaria a chegar. Por volta das cinco horas, o ambiente ficou azul o bastante para poderem apagar a luz.

  Os olhos vazios de Wilson se voltaram para as pilhas de cinzas, onde pequenas nuvens cinzentas assumiam formas fantásticas e corriam para lá e para cá com a brisa leve da manhã.

  — Eu conversei com ela — Wilson balbuciou, após um longo silêncio. — Falei que ela podia me enganar, mas não podia enganar a Deus. Levei-a até a janela — ele fez um esforço para se levantar, andou até a janela dos fundos e pressionou o rosto contra o vidro — e lhe disse: “Deus sabe o que você está fazendo, tudo o que você faz. Você pode me enganar, mas não pode enganar a Deus!”.

  De pé ao seu lado, Michaelis viu espantado que ele olhava para os olhos do dr. T. J. Eckleburg, que haviam acabado de surgir, desbotados e gigantescos, daquela noite que se dissipava.

  — Deus está vendo tudo — repetiu Wilson.

  — É só um outdoor — Michaelis lhe garantiu. Algo o fez afastar-se da janela e voltar a se concentrar na sala. Wilson, por sua vez, ficou ali por um bom tempo, o rosto colado à vidraça, assentindo para a penumbra.

  Lá pelas seis horas, Michaelis estava exausto e ficou feliz de ouvir o som de um carro parando lá fora. Era um dos acompanhantes da noite anterior que havia prometido voltar, de modo que ele preparou um café da manhã para todos — que foi partilhado apenas entre ele e o desconhecido. Wilson estava mais calmo e Michaelis foi para casa dormir; assim que acordou, quatro horas depois, foi correndo para a oficina e Wilson não estava mais lá.

  Seus passos — ele estava a pé — foram posteriormente traçados até Port Roosevelt e depois a Gad’s Hill,3 onde comprou um café e um sanduíche que não comeu. Ele devia estar cansado e andando muito lentamente, pois não chegou a Gad’s Hill antes do meio-dia. Até ali foi fácil rastrear seus passos — garotos aludiram a um homem “agindo feito doido” na rua e inúmeros motoristas se intimidaram com seu olhar assustador no acostamento da estrada. Então ele sumiu por completo durante três horas. A polícia, com base no que disse Michaelis, de que ele “tinha um jeito de descobrir”, supôs que ele estivesse peregrinando pelas oficinas da região, perguntando sobre um carro amarelo. Por outro lado, nenhum dono de garagem chegou a se apresentar na polícia, e talvez ele tivesse um jeito mais fácil e confiável de descobrir o que queria. Lá pelas duas e meia, foi visto em West Egg, onde perguntou o caminho para a casa de Gatsby. De modo que, àquela altura, ele já sabia o nome de Gatsby.

  Às duas horas, Gatsby vestiu seu traje de banho e avisou o mordomo que, se alguém telefonasse, ele estaria na piscina. Parou na garagem para pegar um colchão inflável que alegrara seus convidados por todo o verão, e aceitou a ajuda do motorista para enchê-lo. Então deu instruções de que o conversível não fosse removido sob nenhuma circunstância — o que era estranho, pois o para-choque da frente precisava de reparos.

  Gatsby apoiou o colchão nos ombros e foi caminhando em direção à piscina. Parou uma vez para ajeitá-lo, ao que o motorista lhe perguntou se precisava de ajuda, mas ele fez que não com a cabeça e desapareceu entre as árvores amareladas.

  Ninguém telefonou, mas o mordomo ficou sem dormir esperando uma ligação até as quatro da tarde — muito tempo depois de haver alguém para recebê-la. Sou da opinião de que o próprio Gatsby estava ciente de que ninguém lhe telefonaria, e talvez nem se importasse mais. Se isso é verdade, deve ter percebido que perdera seu bom e velho mundo, pagando um preço alto por viver tanto tempo com um único sonho. Deve ter erguido os olhos para um céu desconhecido por entre as folhas ameaçadoras, e estremecido ao notar que a rosa é uma coisa grotesca e que a luz do sol castiga violentamente a grama que acaba de brotar. Um novo mundo, palpável sem ser real, onde vagavam pobres fantasmas, respirando sonhos como se fossem ar… como aquela figura cinzenta e fantástica que deslizava em sua direção por entre as árvores amorfas.

  O motorista, que era um dos protegidos de Wolfshiem, ouviu os disparos — mais tarde confessou não ter dado importância ao barulho. Fui direto da estação à casa de Gatsby e minha escalada ansiosa pelos degraus da frente foi a primeira coisa que os deixou alarmados. Mas eles já sabiam, tenho certeza. Sem dizer praticamente nada, corremos os quatro (eu, o motorista, o mordomo e o jardineiro) rumo à piscina.

  Havia um movimento débil e quase imperceptível na água conforme ela vertia de um cano, abrindo caminho rumo ao escoadouro na outra extremidade. Em meio a pequenas marolas que mal podiam ser chamadas de ondas, o colchão ocupado boiava à deriva. Uma breve rajada de vento que mal corrugaria a superfície da água era suficiente para perturbar acidentalmente seu trajeto já acidental. O cair das folhas o fazia girar lentamente, traçando, como a perna de um compasso, um fino círculo vermelho na água.

  Foi só depois que saímos com o corpo de Gatsby em direção à casa que o jardineiro viu o cadáver de Wilson caído na grama, um pouco distante, e o holocausto estava completo.

  a Flushing é um bairro do distrito de Queens, a oeste de Long Island, onde há um famoso cemitério.

  9

  Dois anos depois, lembro-me do resto daquele dia, e daquela noite, e do dia seguinte, apenas como uma sucessão interminável de policiais, fotógrafos e jornalistas que entravam e saíam da casa de Gatsby. Estendeu-se uma corda no portão principal e um policial ficava a postos para afastar os curiosos, mas os moleques logo descobriram que era possível entrar pelo meu quintal, de modo que sempre havia alguns deles apinhados e boquiabertos diante da piscina. Naquela tarde, alguém com ar convencido, talvez um detetive, usou a expressão “lunático” ao debruçar-se sobre o corpo de Wilson, e a súbita autoridade de sua voz deu o tom das notícias que saíram nos jornais da manhã seguinte.

  Muitas dessas reportagens eram um pesadelo — grotescas, circunstanciais, sensacionalistas e mentirosas. Quando, no inquérito, Michaelis mencionou as suspeitas de Wilson sobre a esposa, pensei que a história toda viria à tona numa pasquinada eufórica — mas Catherine, que podia ter dito algo, não se manifestou. Ela também demonstrou um surpreendente traço de caráter — encarou o investigador com os olhos decididos sob as sobrancelhas desenhadas e jurou que a irmã nunca tinha visto Gatsby, que era completamente feliz com o marido e que jamais se comportara de forma duvidosa. Ela mesma se convenceu disso e chorou um lenço inteiro, como se a mera sugestão do ato fosse mais do que ela podia suportar. Wilson foi então reduzido a um homem “louco de tristeza”, para que o caso pudesse permanecer o mais simples possível. E ficou por isso mesmo.

  Mas toda essa parte me parecia remota e desimportante. Eu era a única pessoa ao lado de Gatsby. A partir do momento em que liguei para a polícia de West Egg reportando a catástrofe, todas as conjecturas e questões práticas a seu respeito foram encaminhadas a mim. De início, fiquei surpreso e confuso; depois, como ele permanecia deitado, sem se mover ou falar, hora após hora, me dei conta de que eu era o responsável por Gatsby, pois ninguém mais estava interessado — quer dizer, interessado no sentido pessoal e intenso a que todo mundo teria o direito ao morrer.

  Liguei para Daisy meia hora depois de encontrarmos o corpo, de forma instintiva e automática. Mas ela e Tom haviam partido no início da tarde, levando bagagem.

  — Não deixaram nenhum endereço?

  — Não.

  — Nem disseram quando pretendem voltar?

  — Não.

  — Tem alguma ideia de para onde fo
ram? Como posso entrar em contato com eles?

  — Não sei. Não sei dizer.

  Eu queria chamar alguém para ficar ao seu lado. Queria ir à sala onde ele estava e confortá-lo: “Vou arrumar alguém para ficar com você, Gatsby. Não se preocupe. Confie em mim e eu chamarei alguém para você…”.

  O nome de Meyer Wolfshiem não estava na lista telefônica. O mordomo me deu seu endereço comercial na Broadway e liguei para o serviço de informações, mas, quando consegui o número, já passava das cinco e ninguém atendeu.

  — Pode tentar mais uma vez, por favor?

  — Já tentei três vezes.

  — É muito importante.

  — Me desculpe. Acho que não tem ninguém lá.

  Retornei à sala de estar e pensei por um instante que todos aqueles policiais que enchiam a casa eram visitantes ocasionais. Porém, embora eles afastassem os lençóis e olhassem para Gatsby com um ar comovido, seu protesto seguiu ecoando na minha cabeça:

  — Escute aqui, meu velho, você precisa arrumar alguém para ficar do meu lado. Precisa se esforçar. Não posso passar por isso sozinho.

  Alguém começou a me fazer perguntas, mas saí correndo e subi as escadas, examinando apressadamente as partes destrancadas de sua escrivaninha — ele nunca havia me dito, com todas as palavras, que seus pais estavam mortos. Mas não havia nada — só o retrato de Dan Cody, testemunha de violências passadas, me encarando da parede.

  Na manhã seguinte, mandei o mordomo a Nova York com uma carta para Wolfshiem, pedindo informações e rogando-lhe que viesse no próximo trem. Enquanto escrevia, o pedido me pareceu supérfluo. Eu tinha certeza de que ele viria correndo ao ver a notícia nos jornais, assim como tinha certeza de que Daisy me enviaria um telegrama antes do meio-dia — mas nem o telegrama nem o sr. Wolfshiem chegaram; ninguém apareceu além de mais policiais, fotógrafos e repórteres. Quando o mordomo trouxe de volta a resposta do sr. Wolfshiem, passei a nutrir um sentimento de desafio, de desprezo solidário a Gatsby contra todos eles.

 

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